A partir de 18 de agosto de 2016 abriu-se uma nova fase das reformas de nossa Paróquia, rumo ao Jubileu de Ouro.

Foi feita a desmontagem e remoção do órgão de tubos que se encontra no presbitério para, então, montá-lo no coro, na parte superior de nossa igreja, local onde foi instalado quando o templo foi inaugurado.


PRSEBITERIO

Saiba mais:

Este instrumento sempre fascinou seus ouvintes pela qualidade do som, pelas variações possíveis na execução das obras, e por exigir habilidade excepcional no manuseio com pés e mãos simultaneamente.

O órgão de tubos “Organum tubulatum” não foi inventado na forma que conhecemos hoje, mas é resultado de um processo de desenvolvimento das técnicas de construção (organaria), e da ampliação dos recursos do instrumento. O princípio fônico do órgão de tubos está na flauta, o mais primitivo dos instrumentos de sopro.

O órgão de tubos pode ser considerado o mais complexo dos instrumentos musicais. Sua arquitetura envolve diversas áreas das ciências e das artes, dentre elas destacam-se: a acústica; a química; a metalurgia; a pneumática; a mecânica e a marcenaria.

A princípio os órgãos de tubos eram vindos de Portugal e montados no Brasil, posteriormente, passaram a ser construídos in loco, segundo a escola de organaria ibérica portuguesa.

“Igreja Imaculada Conceição do Ipiranga

A Igreja Imaculada Conceição do Ipiranga pertenceu ao Seminário Central, fundado em 1856 no bairro da Luz, junto ao convento que ainda lá existe. Da Luz foi transferido, em 1927, para a Freguesia do Ó porque “a cidade avançara, conquistando o bairro (da Luz) e exilando o silêncio e a paz necessária aos estudos” (Livro do Tombo, 1927). Mas o seu lugar viria a ser definitivamente no Ipiranga. A partir de 1929 foi iniciada a construção, na av. Nazaré, dos muitos edifícios que formavam o Seminário. A inauguração do então denominado Seminário Central da Imaculada Conceição do Ipiranga aconteceu em 1934. Em 1946 foi inaugurada a igreja.

O órgão foi construído por Nicolau Lorusso(*) para ser usado por ocasião do IV Congresso Eucarístico, que aconteceu em 1942. Por insistência do maestro Franceschini, a igreja adquiriu o instrumento. Foi montado na galeria, acima da porta de entrada principal. Alguns anos mais tarde foi mudado para perto do altar pelo organeiro Salvatore Stavale, que até hoje é responsável pela manutenção do instrumento. Ao lado da Igreja fica o Arquivo da Cúria Metropolitana.

 

Características Técnicas do Órgão de Tubos:

Nicolau Lorusso
1942
Pneumático

I Manual (55 teclas)

Principal 8´
Flauta 8´
Oitava 4´
Flauta 4´
Oitava 2´
1º – 1º Grave
2º – 1º
2º – 1º Agudo

II teclado (55 teclas)

Bordone 16´
Bordone 8´
Celeste 8´
Gamba 8´
Flauta 4´
Flauta 2´
Vibrador

Ped. (29 teclas, radial)

Sub Baixo 16´
Bordone 8´
P-I
P-II

Trêmulo
Caixa expressiva
Crescendo

Fonte: Catálogo de Órgãos da Cidade de São Paulo, por Dorotéa Kerr. Ed. Annablume 2001.

(*) Nicolau Lorusso (1924-1978): nasceu em São Paulo; começou a trabalhar ainda menino
na oficina de Giuseppe Petillo e Salvatore Lanzillota; na década de 40 montou sua própria
oficina e começou, então, a construir seus próprios órgãos; se dedicou também a reformas e ampliações destes instrumentos; o último órgão que construiu foi o da Igreja São José do
Jardim Botânico, em 1965, único instrumento do organeiro na cidade do Rio de Janeiro.