Jornal O SÃO PAULO

Coluna: Liturgia e Vida

24 – 07 – 2016

DÉCIMO SÉTIMO DOMINGO DO TEMPO COMUM – ANO C

Por Pe. Boris Agustin Nef Ulhoa

“Senhor, ensina-nos a rezar, como também João ensinou a seus discípulos…”

As Escrituras Sagradas nos descrevem as múltiplas faces da experiência de Amor entre o Senhor e seu povo eleito, a qual culmina com o testemunho de Jesus, o Filho, que nos revela a paternidade divina. E, não somente nos descreve o Pai, mas, sobretudo, nos ensina o caminho de comunhão com Ele. O seu testemunho, enquanto Mestre, nos instrui a vivermos um crescimento permanente de nossa experiência filial.

Neste domingo, desde a primeira leitura, por meio de Abraão, somos estimulados a viver, com humildade e liberdade, nossa experiência de comunhão com Deus. O texto de Gênesis, por meio de um diálogo orante, nos revela um Deus longânime e generoso, que se importa com a vida humana. E que por isso, se aproxima e se envolve conosco. Assim, tudo aquilo que é humano é também objeto da preocupação divina. Por este motivo, o salmista pode afirmar: “naquele dia em que gritei, vós me escutastes, ó Senhor! De fato, seu louvor é alimentado pelo olhar divino que se volta para o pobre, o humilde, o fraco e que, ao mesmo tempo, resiste ao soberbo e arrogante.

No texto lucano, por sua vez, a oração de Jesus, respondendo ao pedido de seus discípulos, nos coloca numa condição privilegiada diante do Deus que é Pai. Sua oração revela o que há de mais íntimo no ser e no agir do Pai. Sua confiança inquebrantável na providência divina, reafirma de forma inequívoca que o Pai, cujo nome é santo,  sabe oferecer aos seus filhos e filhas aquilo que mais precisamos: o pão de cada dia e o perdão de seus pecados. E ainda, ao longo do caminho, podemos viver na convicção de fé de que recebemos a assistência do Espírito Santo, aquele que nos fortalece e confirma na Vida e Palavra do Filho, fazendo-nos crescer no amor filial e fraterno.

Por isso, podemos firmemente crer e confiar como canta o salmista: o Senhor completará em nós sua obra já começada (segundo o texto paulino: pela graça do Batismo). Por meio de sua providência paterna, ao longo do caminho, o Senhor nos alimenta, sustenta e impulsiona a seguir em frente, afinal, Ele não deixará inacabada a obra de suas mãos!