Jornal O SÃO PAULO

Coluna: Liturgia e Vida

17 – 07 – 2016

DÉCIMO SEXTO DOMINGO DO TEMPO COMUM – ANO C

Na liturgia da Palavra deste domingo, se lermos de forma superficial o texto do Gênesis, primeiramente somos levamos a pensar que Abraão hospedou três homens e que ao acolhê-los recebeu a bênção do anúncio de que Sara, sua esposa, conceberia o seu primogênito, aquele que ao longo de toda a Escritura é reconhecido como o filho da promessa.

Contudo, o refrão do Salmo responsorial, nos oferece a chave de interpretação, o sentido da Escritura, quem acolhe é o Senhor! De fato, o Salmista se pergunta: Quem habitará em vossa casa? Quem será recebido nas vossas moradas? Com isso, a Escritura, nos recorda: É Ele que tem a iniciativa, que se aproxima e nos oferece a possibilidade de sermos acolhidos em sua morada, em sua presença.

Por outro lado, no texto lucano, somos informados que Jesus, ao ingressar em um povoado, é acolhido por Marta em sua casa. Portanto, inicialmente, Marta é apresentada como a anfitriã. Ela é quem teria o dever de recebê-lo, de acolhê-lo. Porém, Marta está muito ocupada, tem diversas tarefas a desempenhar! Enquanto isso Maria, sua irmã, coloca-se aos pés do Senhor e ouve sua Palavra. Nesta cena evangélica, da mesma forma que no texto do Gênesis (Primeira leitura), parece que a iniciativa é da pessoa (seja Abraão, Marta, ou até mesmo Maria). Contudo, é justamente o contrário! Se lemos os textos com atenção notaremos que o verdadeiro anfitrião é Jesus! É ele quem acolhe Maria aos seus pés! Ele é quem a recebe na sua presença. É Ele quem se aproxima para acolher e comunicar sua Palavra. Maria é atraída pela presença do Senhor. Ele se deixa seduzir pela sabedoria de sua Palavra. Na sua presença, ela se deixa atrair pela presença de Jesus e saboreia a riqueza de sua Palavra. É alimentada pelo seu ensinamento de vida, pela sua instrução, a qual insere no caminho de salvação. Como discípulos(as) deixemo-nos atrair… deixemo-nos abraçar e instruir por Ele.