Jornal O SÃO PAULO
Coluna: Liturgia e Vida
31 – 07 – 2016
DÉCIMO OITAVO DOMINGO DO TEMPO COMUM – ANO C
Por Pe.Boris Agustin Nef Ulhoa
A VIDA DE UM SER HUMANO NÃO CONSISTE NA ABUNDÂNCIA DE BENS!
Todo ser humano em algum momento de sua vida se perguntou: qual é o sentido da existência? O que dá sentido aos nossos trabalhos, sacrifícios, labutas cotidianas? O livro do Eclesiastes, torna-se o porta-voz dessa grande pergunta existencial! Segundo o autor sagrado: neste peregrinar terrestre, tudo é vaidade! De fato, esta resposta, cabe bem, na fase da revelação bíblica na qual ainda não existia a clareza de uma vida eterna, da continuidade da vida após a morte! Por outro lado, o salmista, suplica: Senhor dai ao nosso coração sabedoria!! Ensinai-nos a contar os nossos dias, isto é, a discernir as razões e as motivações que nos levam a viver isto ou aquilo, a escolher entre as aparências superficiais de um modo de vida sem sentido e a profundidade de abraçar daquilo que é bom, agradável e perfeito aos olhos do Pai.
Dentro dessa perspectiva, é que podemos compreender o relato lucano, no qual Jesus nos convida e nos exorta a vivermos com sabedoria e discernimento frente às realidades temporais, frente aos bens materiais! De vale ao ser humano acumular bens e riquezas e viver no egoísmo, na insensibilidade diante da vida do próximo? Qual é o sentido de educar as novas gerações tão somente com a preocupação de ter bens, sucesso profissional, conforto, prazer e comodidade? Que tipo de pessoas estaremos gerando para a sociedade e para a Igreja? Corações endurecidos pelas vãs preocupações? Homens e mulheres que só enxergam o próprio umbigo? Que percebem tão somente suas próprias necessidades e são incapazes de enxergar que existem pessoas ao seu redor? O que dizer da capacidade humana, e portanto cristã, de enxergar a dor, a lágrima, o lamento no seu semelhante? Uma geração insensível que vive escrava da globalização da indiferença? Uma geração que não consegue sequer fazer festa e se alegrar de forma sadia e sóbria? Qual é a saída oferecida pela fé cristã para esta tragédia de nosso tempo?
O apóstolo Paulo nos responde na carta aos Colossenses: “possuir os olhos fixos em Cristo, nos valores do alto!” Nos valores eternos que não passam! Juntar tesouros onde nem a traça e nem a ferrugem podem consumir! Eis nosso desafio: educar crianças, adolescente e jovens para uma vida escondida em Deus, onde está Cristo. Uma vida marcada pela caridade de Cristo! Uma vida conduzida e impulsionado pelo seu Espírito de sabedoria e discernimento. Educar para o amor ao próximo, na partilha sóbria de nossa vida e solidária de nossos recursos econômicos.
0 Comentários
Deixe um comentário